sábado, 26 de novembro de 2011

Prêmios







Estamos chegando ao fim do ano e a sensação que tenho é que estou assitindo o canal 37 da Sky, o “Viva”. Tudo é repetido. Tudo. As mesmas ofertas imperdíveis das Casas Bahia, as mesmas mensagens natalinas com “Imagine” de John Lennon tocando ao fundo, a mesma decoração pavorosa de lojas e casas e... os prêmios. Prêmios para todos. O melhor crítico de teatro da televisão, o melhor crítico de televisão do rádio, o melhor comentarista de turfe, o melhor atleta de jogos eletrônicos, etc. E etc e etc.
Alguns desses prêmios já começaram a sair e em breve serão entregues com transmissão direta das televisões fechadas caso algum de seus contratados seja o vencedor, ainda que na categoria de melhor sonoplasta.
Outro dia, assistindo O “Roda viva” na TV Cultura, fiquei sabendo que o Datena já ganhou dois prêmios Vladmir Herzog de jornalismo. Imagino, que até hoje, quem votou no nome do robusto paladino do cadáver fresco, deve viver dando explicações para mulher, filhos, empregada e para o padeiro da esquina por conta desse voto. Mas não foi só o abatatado apresentador que abiscoitou prêmios da crítica “especializada”. Antero Greco também já foi eleito por seus pares como melhor comentarista esportivo da imprensa escrita. Nunca o li, mas julgando pelos comentários que faz (ou fazia) na ESPN Brasil, não vejo como poderia ganhar um prêmio que não fosse o de comentarista mais acaciano da televisão.
Mas como ia dizendo as premiações deste ano já começaram e Mauro Betting  foi eleito pela associação paulista de críticos de qualquer coisa, como o melhor comentarista esportivo de rádio. É a sexta ou sétima vez que o filho de Joelmir Betting é premiado nessa categoria. Sem contar que por três vezes foi eleito como melhor comentarista esportivo de televisão pela mesma confraria. Jamais o escutei pelo rádio, mas o escuto durante as transmissões dos jogos da liga dos campeões da Europa na Bandeirantes, e penso que o único prêmio ao qual faz jus é o de melhor filho de Joelmir Betting. E olhe lá. O cara é o tipo acabado do chato. Ri das próprias tolices e conta anedotas explicadas. A coisa mais sem graça que existe é anedota explicada. Alem do mais, sua voz, apesar de grave, soa afeminada.
Outro filho premiado em anos anteriores é o André Kfoury. Este rapaz prova que filho de peixe pode ser jaboti ou jacaré. Se o “Turco” não chega a ser cativante, pelo menos é brasileiro e comenta o futebol daqui com a paixão que este merece. Já o filho ostenta um ar de soberba quando fala de nossos jogadores e times.. Uma vez chamou o Guiñazu de “monstro”. A bobagem pelo menos rendeu uma coluna do Tostão que foi obrigado a provar por A mais B que o botinudo argentino não passava de um meio campista aplicado e viril, em suma, um botinudo argentino. Este ano eu não sei se o Pequeno André está indicado para algum prêmio.
 Ainda na categoria filhos, destaca-se Luis Alfredo, filho de Geraldo José de Almeida, cujo nome soa muito familiar para os de minha geração. Foi o narrador da copa de 70 e merecedor do nunca instituído prêmio do melhor puxa saco esportivo da ditadura. Mesmo hoje, passados tantos anos, lembro dos bordões de que era pródigo o narrador. Escutei do próprio filho que este prometera à mãe que não utilizaria os bordões do pai. Deve ter morrido a tal senhora, pois tenho escutado “quê que é isso minha gente” durante as transmissões dos jogos do campeonato inglês na Rede TV. Fora o uso da herança paterna, Luis Alfredo tenta criar seus próprios bordões, não lhe sai. Infelizmente para ele, o prêmio de melhor narrador esportivo já tem donos. Galvão Bueno e Luciano do Valle dividem os galardões conforme o patrocinador.
Não sei, todavia, quem será premiado como melhor comentarista esportivo de tv por nenhuma das 318 associações de cronistas espalhadas pelos quatro cantos do país, mas um nome aparece como forte candidato; Neto. O ex-jogador tem tudo para ser laureado. Fala muito mal o português, não tem a menor coerência e muda de opinião cinco ou seis vezes durante um simples jogo.Um escanteio mal batido transforma o crack de cinco minutos atrás no maior perna de pau da história do futebol na visão do ex-quase crack do passado. Ou seja, Neto faz o que todos fazem, mas com a ênfase que só seu sotaque é capaz de dar. Pelo menos na Associação de cronistas esportivos de rádio televisão e meios eletrônicos de Santo Antônio de Posse, seu nome é tido como certo para levar as honras.
Para desespero geral, não é só o jornalismo esportivo que entrega prêmios à granel. A indústria fonográfica também não economiza em estatuetas, troféus, discos de ouro e outros penduricalhos. O problema é saber por qual categoria seu ídolo concorre. Os sambistas não são listados como “música popular brasileira”. Sua especificação para efeito de premiação e nas prateleiras das lojas de cds , é “samba e pagode”. A denominação me faz pensar que Os oito batutas, se vivos, estariam concorrendo com o grupo Molejo e Alexandre Pires seria forte candidato contra Nelson Cavaquinho.
Não sei se já temos a categoria “sertanejo universitário”. Torço para que sim, aí talvez eu saiba o que diferencia os caipiras bacharéis do caboclo comum e corrente em termos musicais. Mas uma coisa é certa, Luan Santana estará entre os ganhadores, nem que seja como o Frankenstein revelação. Como trunfo o jovem leva seu cabelo “emo” sua cara de cdf tarado e o inconfundível sotaque à Chitãozinho e Chororó.
Entre as divas Ivete Sangalo levará algo para sua coleção de troféus. Como ainda não foi instituído o prêmio Marcha Soldado por performance nos palcos, a bahiana deve ganhar como Secretária Gostosa do ano.









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