terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Impunidade







Esta semana faz 10 anos que forças policiais argentinas dispararam contra a multidão que se manifestava em repúdio às medidas do governo daquele país, então encabeçado por Fernando De La Rua. Da brutal repressão resultaram 40 mortos e muitos feridos. O presidente, que pouco depois renunciou e fugiu da Casa Rosada de helicóptero, ordenara a ação policial e os superiores do aparato repressivo entregaram aos subordinados balas de chumbo e não as de borracha que normalmente são usadas nesse tipo de operação.Mesmo depois de uma década, ninguém foi indiciado pelos crimes.
Na França, Jaques Chirrac foi enfim condenado por crimes cometidos quando era prefeito de Paris entre 1992 e 1995. Aquele que viria a ser presidente da república francesa, criou vários cargos fictícios na prefeitura que comandava. Como a condenação o encontra octogenário, o ex-presidente não cumprirá um só dia da pena na prisão. Uma decisão judicial proferida quase 20 anos depois do cometimento do delito.
De janeiro a dezembro do ano passado foram cometidos mais de 50 assassinatos de mulheres na Espanha. Todas mortas por seus maridos e namorados. Esses crimes, que o noticiário da televisão pública espanhola trata pelo eufemismo de “crimes de gênero”, estão se tornando um esporte nacional no país das touradas. Os dados deste ano não estão sendo divulgados.. Hoje pela manhã houve mais um desses crimes mas a jornalista que narrava a notícia não mencionou nenhum número como foi comum a cada caso ocorrido no ano passado. Em caso recente, um jovem seqüestrou, estuprou e matou uma menor de idade. O juiz que instruía o processo decretou que o assassino não vá a júri popular pois o assassinato teria sido um crime praticado em conseqüência do crime originário de estupro. Será julgado e condenado por decisão monocrática de um homem togado. A decisão do juiz instrutor sugere a futuros assassinos que antes de matar uma mulher deve-se estupra-la evitando assim ser julgado pela sociedade. Júri popular é, em geral, muito severo com assassinos estupradores, resta saber que sentença será dada pelo juiz ao estuprador assassino.
Foi pronunciada a sentença do jovem português que matou a mãe enquanto essa dormia. Segundo o noticiário da SIC, eles tinham um péssimo relacionamento. A mãe, médica, pressionava o filho para que esse concluísse o curso de medicina. O juiz considerou que o réu do homicídio duplamente qualificado, não mostrou sequer sincero arrependimento e condenou-o a 17 anos e meio de prisão. A defesa vai recorrer da sentença alegando que algumas das acusações não foram suficientemente provadas. Se mantida a sentença inicial, em seis anos o matricida estará nas ruas e poderá desfrutar da herança da mãe chata.
O ministério da saúde francês conclamou as mulheres que fizeram implante de silicone nos seios para que procurem o serviço sanitário e removam as próteses produzidas por um determinado fabricante que teria usado silicone industrial na confecção das mesmas. O sistema de saúde concluiu que vários casos de câncer mamário estavam relacionados ao uso das próteses fornecidas pela empresa de produtos médicos. A saúde pública fará gratuitamente a remoção, mas só fará novo implante nos casos em que a cirurgia foi de caráter reconstrutor e não apenas estético.
Em nenhuma das reportagens que assisti, mencionou-se qualquer medida punitiva contra o fabricante das próteses.

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