sábado, 30 de junho de 2012

Padre Marcelo Rossi







Você sabe o que é o terço bizantino?  Se sabe, por favor, me conte. Toda vez que vejo escrito “terço bizantino” no pé da tela da televisão, lá está o Padre Marcelo Rossi rezando de uma maneira muito bizarra. Ele repete a mesma frase 10 ou 12 vezes. Outro dia contei o número de repetições, mas esqueci.
Será isso o terço bizantino?  Repetir a mesma frase até ela perder o sentido? Os bizantinos não tinham coisa melhor pra fazer? Se é isso o terço bizantino, imagino como seria o papo bizantino. Uma conversa entre o Datena e o Silvio Santos é uma conversa bizantina? Bem, em certo sentido, sim. O pai dos burros nos dá essa definição para conversa tola, frívola, mas não fala em repetição.
Mas e o terço bizantino? Qual o sentido de alguém rezar daquele jeito? Se é que a característica do tal terço é essa mesma. Sendo ou não, o Padre Marcelo Rossi conseguiu introduzir mais uma chatice de sua coleção, que deve ser infinita. O Padre das batinas esquisitas é um chato profissional. Chato até nas batinas que alguém tem de lavar e passar. É muito pano, pregas e brilhos. Imagino que alguma pia senhora deva ter muito trabalho para deixar o padre na estica sacerdotal. Deve fazê-lo na certeza de estar servindo a Deus, como se houvesse um deus da frescura eclesiástica.
As batinas do padre Marcelo serviriam de modelo para Joãozinho Trinta se alguma escola sua tivesse escolhido a primeira missa como enredo. Já imaginou aquilo em verde e rosa? Uma ala inteira vestida de Marcelo Rossi?  Já estou até escutando o samba:

                              Naquela semana pascoal
                              Descendo das caravelas
                              Ao lado do navegante Cabral
                              ...............................................
                               
E lá lá ô ô ô ô. _Vai minha bateria nota dez._ Olha o Padre Marcelo aí, gente.

O enredo também poderia ser o Bispo Sardinha. Uma púrpura a mais naquela batina até que ficava bem. Mas devido ao destino do sacerdote português ia ter gente levando pro duplo sentido. Melhor não. Vamos de primeira missa.
Outro dia, vendo a televisão, lá estava o Padre Marcelo. Tinha ido a Portugal lançar seu livro “Ágape” que por aqui já vendeu mais de 6 milhões de exemplares. Quase não o reconheci sem sua vestimenta de corte exclusivo. Andava a paisana. Só o colarinho branco e as orelhas o denunciavam. Como será o best seller do Padre Marcelo? De que tratará? Haverá também capítulos bizantinamente repetidos dez ou doze vezes? Essas dúvidas, vou carregar para o túmulo.
Mas voltando ao terço bizantino e à teologia da repetição. O Aurélio dá uma outra definição pejorativa para o termo “bizantino”: “Pretensioso, tolo”. Para “bizantinismo” traz o sentido figurado de interesse por questões frívolas, insignificantes, sem resultado prático como as questões tratadas pelos teólogos bizantinos.
Pensando bem eu nunca escutei uma pregação do Padre Marcelo. Só as músicas e o terço bizantino. Também já li que ele anda pichando seu concorrente no mercado fonográfico, o Padre e cantor Fábio de Melo. Rossi o repreende por não usar batina. (Seria essa, uma questão bizantina?) Eu quase que ia cometendo a injustiça de dizer que é o roto falando do esfarrapado. No caso, é o fashion falando do descolado. Mas a disputa pela venda de discos e pelo suspiro das mocinhas católicas é apenas parte das atribulações atuais de Marcelo Rossi.  No terreno das batinas o sacerdote vem encontrando competição. Refiro-me ao cantor, Padre Reginaldo. O homem também é chegado às batinas cinematográficas. Na capa de um de seus discos, Reginaldo veste uma batina branca com uma sobrepeliz roxa e faz pose de Moisés de Cecil B. DeMille. Um luxo só. Na próxima Vaticano Fashion Week o bicho vai pegar.





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