Acabo de escrever o título desta postagem e já me arrependo.
Afinal como posso ter certeza que essa é
a última grande sacada de Waldemiro?
Mais de 24 horas já passaram desde que tomei conhecimento do fato. Para
Waldemiro isso é uma eternidade. Sua cabeça é um vulcão de idéias.
O dono da Igreja Mundial já vendeu toda espécie de quinquilharia
sagrada: meias ungidas, toalhinhas mágicas, colher de pedreiro consagrada,
fronhas abençoadas, o escambau. Mas,
previdente como um patriarca hebreu, Waldemiro sabe que não pode valer-se
apenas do comércio, atividade dada aos humores do mercado e da moda. Além do
mais, há a pirataria, o contrabando, a falsificação e o descuido dos fiéis, que
podem acabar comprando um par de meias do Paraguai, ou uma toalhinha chinesa no
camelô.
Por estes motivos Waldomiro não abandona o antigo, mas seguro,
carnezinho. Há de $50 e de $100. Estes, estão sempre com o fiel para ser pago em qualquer agência bancária ou mesmo no
débito automático.
Claro que não estamos falando do dízimo que é sagrado, está nas escrituras e
não há como escapar da vigilância de Deus nem dos anjos que trabalham para
Waldemiro. Mas aí ele inovou. Criou o dízimo em dobro.
O raciocínio é o seguinte:_ Os 10% que os fiéis entregam à
igreja, são de Deus. O fiel apenas está devolvendo o que corresponde ao todo
poderoso. Não lhe pertence. Então para estar em dia como dizimista, deve-se dar
mais 10% da parte que pertence ao crente. Aí sim é dízimo. Com essa
interpretação elástica do texto bíblico, Waldemiro mostra aos seus detratores,
que não é tão fundamentalista assim. Mas
essa não é a “última” a que me referia no título.
A grande inovação de Waldemiro Santiago é o dízimo sobre a
renda que o fiel deseja ter. Não é uma maravilha? Funciona como uma espécie de suborno. Deus já fica
comprometido, não tem como falhar. Nem a Máfia italiana pensou em algo assim
para vender sua proteção.
Agora, cá entre nós, para propor uma coisa dessas não basta
uma mente em constante ebulição, com a de Waldemiro, há que se ter uma cara de
pau capaz de causar inveja ao próprio Edir Macedo. E ele tem. Com seu olhar
enviesado, seu andar de caipira, o apóstolo cruza o palco de sua igreja e com
voz pausada, mas firme, manda distribuir o saquitel para a arrecadação de
ofertas. Não é saquinho nem envelopinho, é saquitel. Waldemiro dá também sua
contribuição para o vocabulário neo-pentecostal. E tem saquitel para todos os
gostos e bolsos; saquitel dourado, saquitel “dízimo dos montões”, saquitel “coluna
da casa de Deus” e por aí vai.
Pelo andar da carruagem, qualquer dia desses Marcus Valério
vai pedir autógrafo pro Waldemiro. Êta, Jesus Maravilhoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário