terça-feira, 13 de agosto de 2013

Quem é o criminoso?


                O crime chamou a atenção mesmo nesses dias violentos que vivemos. Um casal de policiais foi assassinado dentro da casa de ambos juntamente com duas idosas da família. Como principal suspeito está o filho adolescente de 13 anos que teria se suicidado várias horas depois que perpetrou a chacina.
                Peritos e legistas divergem em altíssimo grau. Os peritos, apostando no seu olfato, garantem que as idosas teriam sido mortas primeiro pelo que  denotava o odor mais forte no quarto delas. Bem, eu que sou leigo em perícias, assim como em tudo, posso imaginar pelo menos meia dúzia de razões para que o odor fosse mais pronunciado no quarto das idosas.
                Quanto aos peritos, esses afirmam que o policial teria morrido pelo menos 10 horas antes das outras vítimas. Mas então o que faziam essas 3 mulheres adultas, que dividiam um pátio comum numa residência de pequenas dimensões, que não perceberam a falta dele nem encontraram o cadáver? Estariam em cárcere privado? A localização dos corpos não sugere isso.
                Talvez o mais estranho desse caso foi o que disse o delegado que o investiga. O doutor delegado apressou-se em esclarecer que a polícia acredita que o crime foi executado pelo garoto que se suicidara depois. Disse que esse rápido esclarecimento se fazia necessário para não haver um banho de sangue na cidade. Nunca uma autoridade foi tão explícita para mostrar como agem nossas polícias.
                Não havia passado nem uma semana do crime brutal e outro policial, dessa vez um guarda municipal, foi morto junto com sua companheira na casa em que moravam. Nesse caso os indícios são de execução. Um tiro na cabeça de cada um e outro no filho do casal.
                Para corroborar a hipótese de execução, a reportagem relatou que nada fora roubado da residência, exceto os 2 carros do casal. Pois é, o cara é guarda municipal e a família possui 2 carros. Nem os jornalistas nem a polícia aventaram a possibilidade de o guarda municipal estar envolvido em atividades ilegais assim como fazem no caso do desaparecimento de Amarildo. De certo crêem que ele é um sujeito econômico e pode assim comprar 2 carros para uma família de 3 pessoas. Amarildo que, segundo a polícia, trabalha no lucrativo negócio do tráfico vive miseravelmente num minúsculo barraco que sequer possui janelas.
                Bem, era aqui que eu queria chegar. No desaparecimento de Amarildo.
                Autoridades da Polícia Militar do Rio dizem não acreditar no envolvimento de membros da corporação no episódio. Simples assim: não acreditam. Um delegado já expediu um pedido de prisão para a mulher de Amarildo por envolvimento com o tráfico de drogas. Baseou-se no relato de uma suposta vítima do tráfico que saíra viva de uma sessão de tortura. O denunciante aparece com o rosto oculto na tela da TV e assim você e eu não podemos identificá-lo. Mas e os traficantes, não sabem quem eles teriam torturado e deixado com vida?
                A versão policial para o desaparecimento de Amarildo seria mais ou menos assim: Amarildo e sua mulher trabalhariam para o tráfico. Os traficantes desconfiaram que Amarildo fosse dedo-duro e o teriam assassinado. Sua mulher simula desconhecer o fato e bota a boca no trombone tentando incriminar a valorosa Polícia Militar e com isso atrai mais polícia para o morro que agora está na mira das reportagens das TVs e dos jornais. A maior sujeira. O tráfico parado. 
                Para quê Bete, a mulher de Amarildo, faria isso? Para que ninguém soubesse que os traficantes matam pessoas? Para incriminar a polícia que goza de tanta credibilidade na sociedade? Para aparecer no Fantástico?

                Arma-se mais uma farsa.

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