Como ainda
conseguimos gostar de futebol? São tantos os desmandos de dirigentes, tantas as
manobras de políticos aproveitadores, tantas as falcatruas e interesses
empresariais que fica difícil acreditar na lisura das competições, na verdade
dos resultados.
O caso do
árbitro Edilson deu uma pequena amostra do submundo que atua no futebol. Mas é
quase nada. Coisa de ladrões de galinha se comparado ao que faz a FIFA, a CBF e
outras instituições geridas por engravatados pilantras internacionais. Sem
contar os empresários e agentes.
As emissoras de
TV, com seus interesses comerciais milionários, também colaboram para o
descrédito do futebol. Se uma emissora detém os direitos de transmissão de
alguma competição, esta será enaltecida e seus organizadores livres de qualquer
opinião crítica dos profissionais da emissora.
Quer um exemplo?
Os comentaristas da ESPN Brasil (?), sempre tão críticos com relação ao nosso
calendário, nada disseram sobre a aberração da Copa do Brasil deste ano competir
com o Campeonato Brasileiro em sua fase decisiva. Claro, eles transmitem a Copa
e não o Campeonato. E é óbvio que clubes que não disputam o título nem temem o
rebaixamento como o Botafogo, o Atlético Paranaense e o Internacional, vão ‘abandonar”
o Campeonato Brasileiro e dedicar-se a Copa do Brasil se chegarem às
semi-finais e final.
As transmissões esportivas estão cada dia
piores. Parece que para exercer a profissão de narrador esportivo o sujeito tem
de provar ser possuidor de um QI abaixo de 30 e ser mais chato que almoço de
domingo na casa da sogra. Os comentaristas ou são ex-atletas semi-
alfabetizados ou chatos da escola paulista de palpiteiros. Há honradas
exceções, mas são poucas.
Assim que para
alimentar nossa paixão pelo futebol só temos nosso time de coração e os jogadores
com seu talento. Isso, claro, enquanto a bola está rolando, pois depois do
apito vêm as entrevistas e temos que escutar toda espécie de baboseira
religiosa desses novos fanáticos. Todos evangélicos. Eles crêem que seu deus os
abençoa com gols e vitórias e esquecem que entre os adversários há número igual
de fanáticos que, muitas vezes, freqüentam as mesmas igrejas. Mas para quem
acredita em cobra falante e virgem parideira, é fácil acreditar num deus
boleiro.
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