Em São Paulo, o
Governador Picolé de Chuchu voltou a autorizar o uso de balas de borracha pela
polícia para tentar conter as manifestações em curso. O uso do artefato estava
suspenso, creio, desde que uma repórter quase ficou cega depois de receber um
disparo à queima roupa.
No Rio, a
Polícia Civil de Sérgio Cabral, o governador que de tanto trabalhar enriqueceu
mais rápido que o Bill Gates, promete autuar os manifestantes por formação de
quadrilha. Como todos sabemos, quadrilha é especialidade da polícia carioca.
No Rio grande do
Sul, o Governador Tarso Genro mandou sua polícia em missão de busca e apreensão
à casa de manifestantes para obter provas de participação em atos de
vandalismo. A Polícia Civil daquele estado confiscou um laptop, cadernos e um
livro de teoria marxista. Agora já podem processar o agente vermelho do
comunismo apátrida e ateu.
Nesse campeonato
de boçalidade que conta com apoio das grandes redes de TV, jornais e da
população reaça em geral, as polícias de vários estados tentam subir na tabela.
Se no Rio Grande está proibido ler Marx, no Rio de Janeiro o que está proibido
é o vinagre. Quanto ao azeite de oliva eu nada sei.
Também na Cidade
Maravilhosa, um policial postou numa rede social da internet sua foto e de seu
cassetete quebrado após um “confronto” com professores. O cana dizia, fazendo
chacota, estar indo encontrar os professores.
Outro puliça forjou, diante das câmeras de TV,
um flagrante de posse de morteiros pra cima de um garoto. A TV Globo e seu
bebê, a GloboNews, só mostraram as imagens do crime, pode ter certeza, com medo de levar um furo
das concorrentes.
Na Capital da
República, assim como em várias capitais estaduais, o uso de máscaras por parte
de manifestantes está proibido. A “Lei Erasmo Dias” não sofre críticas por
parte dos meios de comunicação, muito pelo contrário. As emissoras de TV, após
cada sessão de porrada promovida pela polícia, repete as palavras vândalos,
baderneiros e mascarados tantas vezes que até parece aquelas propagandas de
supermercado anunciando a promoção do chã, patinho e lagarto.
Sobre a atuação
truculenta da polícia, a única voz que se fez ouvir desde o Planalto foi a da
ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário:_ “Continuamos
com um modelo de polícia que herdamos da ditadura”. Sem dúvida, um modelo de polícia e um vezo
autoritário que muitas vezes é apoiado pela sociedade.
A contribuição
da grande (?) imprensa para desqualificar quem é vítima da truculência
policial, é imprescindível. Daí a terminologia recitada como mantra pelas
emissoras de TV comercial: vândalo, baderneiro, mascarado. Chã, patinho e
lagarto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário