quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Repressão


Em São Paulo, o Governador Picolé de Chuchu voltou a autorizar o uso de balas de borracha pela polícia para tentar conter as manifestações em curso. O uso do artefato estava suspenso, creio, desde que uma repórter quase ficou cega depois de receber um disparo à queima roupa.
No Rio, a Polícia Civil de Sérgio Cabral, o governador que de tanto trabalhar enriqueceu mais rápido que o Bill Gates, promete autuar os manifestantes por formação de quadrilha. Como todos sabemos, quadrilha é especialidade da polícia carioca.
No Rio grande do Sul, o Governador Tarso Genro mandou sua polícia em missão de busca e apreensão à casa de manifestantes para obter provas de participação em atos de vandalismo. A Polícia Civil daquele estado confiscou um laptop, cadernos e um livro de teoria marxista. Agora já podem processar o agente vermelho do comunismo apátrida e ateu.
Nesse campeonato de boçalidade que conta com apoio das grandes redes de TV, jornais e da população reaça em geral, as polícias de vários estados tentam subir na tabela. Se no Rio Grande está proibido ler Marx, no Rio de Janeiro o que está proibido é o vinagre. Quanto ao azeite de oliva eu nada sei.
Também na Cidade Maravilhosa, um policial postou numa rede social da internet sua foto e de seu cassetete quebrado após um “confronto” com professores. O cana dizia, fazendo chacota, estar indo encontrar os professores.
 Outro puliça forjou, diante das câmeras de TV, um flagrante de posse de morteiros pra cima de um garoto. A TV Globo e seu bebê, a GloboNews, só mostraram as imagens do crime, pode ter certeza, com medo de levar um furo das concorrentes.
Na Capital da República, assim como em várias capitais estaduais, o uso de máscaras por parte de manifestantes está proibido. A “Lei Erasmo Dias” não sofre críticas por parte dos meios de comunicação, muito pelo contrário. As emissoras de TV, após cada sessão de porrada promovida pela polícia, repete as palavras vândalos, baderneiros e mascarados tantas vezes que até parece aquelas propagandas de supermercado anunciando a promoção do chã, patinho e lagarto.
Sobre a atuação truculenta da polícia, a única voz que se fez ouvir desde o Planalto foi a da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário:_ “Continuamos com um modelo de polícia que herdamos da ditadura”.  Sem dúvida, um modelo de polícia e um vezo autoritário que muitas vezes é apoiado pela sociedade.
A contribuição da grande (?) imprensa para desqualificar quem é vítima da truculência policial, é imprescindível. Daí a terminologia recitada como mantra pelas emissoras de TV comercial: vândalo, baderneiro, mascarado. Chã, patinho e lagarto.



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