Excetuando-se uns poucos petistas
como o ex-governador do Rio grande do Sul, Olívio Dutra, dirigentes, militantes,
apoiadores e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores continuam insistindo em
desmoralizar o Supremo na figura de seu Presidente Joaquim Barbosa.
Já não é o coro uníssono clamando
pela inocência de Genoino, Dirceu, Delúbio e Cunha. As evidências, provas,
depoimentos e confissões (com as de Silvinho Pereira, Duda Mendonça e do
próprio Delúbio), tornam essa tese por demais esdrúxula.
Os argumentos usados agora vêem do
arsenal conhecido por advogados e juristas: interpretações do arcabouço
jurídico. Apenas interpretações. Acusa-se o Supremo, ou melhor, o Ministro
Barbosa, de ter afrontado as leis vigentes, de ter atropelado o processo.
Ora, não passam de interpretações. As
teses contrárias a esses argumentos existem, são conhecidas, foram debatidas
durante o julgamento, submetidas ao pleno da Corte Suprema e por maioria de
votos dos senhores ministros, e não por decisão de Joaquim Barbosa, prevaleceram.
Mas quem defende o indefensável, trata matéria controversa como sendo matéria
pacificada. A palavra de qualquer jurista contrário às teses prevalecentes no
julgamento, é publicada pela imprensa governista como se tratasse de verdade
incontestável. Mesmo que esses juristas tenham atrás de si um passado de conservadorismo
e decisões mais que discutíveis.
Outra argumentação, se é que se pode
chamar assim, é que o mensalão do PSDB mineiro precedeu ao do P.T e seu
julgamento vem tardando, correndo-se o risco de prescrição de penas, caso seus
autores sejam condenados. É uma confissão de culpa com um último esperneio. As
atuações do Ministério Público e da Procuradoria da República devem ser mesmo
postas em dúvida no caso do mensalão mineiro, mas nada tem a ver com o julgamento da AP 470. Um
erro, a procrastinação no caso mineiro, não poderia ensejar outro. Seria fazer
um tipo de justiça às avessas.
Bem, mas isso é coisa que discute-se.
O que não é discutível, sob pena de afronta aos fatos, é a aliança do P.T com
os Sarney no Maranhão. Tal aliança é espúria, acintosa, bastarda. É um deboche
com os petistas maranhenses, com os eleitores do P.T no Maranhão.
Esse conluio, que vem desde o
primeiro mandato de Lula, deixou os maranhenses entregues à sua própria sorte.
Deixou de haver uma única voz, (que até então era a do P.T) para questionar os
desmandos da sinistra família naquele pobre estado. Para culminar, o P.T
resolveu apoiar a candidatura de Roseana Sarney ao governo do estado quando esta trocou o DEM pelo PMDB de papai. Tal fato levou o Deputado Domingos Dutra a
fazer greve de fome e finalmente desligar-se do Partido dos Trabalhadores. O
P.T perdeu um de seus quadros mais combativos e ganhou apoio no Congresso de
Sarney e seus acólitos.
Mesmo quando os desmandos dos Sarney
assumiram proporções nacionais com o caso dos atos secretos do senado, os
deputados e senadores do P.T se recusaram a levantar a voz. Ao contrário:
juntaram-se a Renan, Collor e outros da mesma estirpe para defender a permanência
do último coronel na presidência daquela casa de leis. Alegava-se a
governabilidade. Devia-se apoiar a podridão em nome da governabilidade.
Hoje, quando explode o caso da
Penitenciária de Pedrinhas, a aliança do P.T com a família Sarney mostra sua face
mais sinistra. O Partido dos Trabalhadores já não pode mais fazer vista grossa
para o que praticam seus aliados Brasil a fora. Como explicar os mais de 50
milhões de reais que foram destinados pelo Governo Federal para a reforma do
sistema penitenciário do Maranhão? Como
explica a imprensa chapa-branca seu silêncio durante os últimos anos, diante do
descaso dos Sarney com a população maranhense? Como se explica uma aliança do
P.T com a família Sarney?
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