domingo, 24 de agosto de 2014

Tem Cláudio, pode ser?



Não tem nenhuma cidade chamada Jorge. Não digo Jorge de Lima, Jorge Lacerda ou São Jorge de qualquer coisa. Eu queria uma cidade chamada apenas Jorge. Eu me sentiria homenageado de alguma forma se tal cidade existisse. Lá iria de vez em quando para caminhar por ruas que seriam minhas, seriam as ruas de Jorge. Em Jorge eu passaria minha lua de mel, o dia dos meus anos e muitos feriados.
Para Jorge eu transferiria meu título de eleitor e embora nada entendesse da política local de Jorge, lá eu votaria. Não nos homens ilustres de Jorge, mas no Chico da Farmácia ou no Tião da Serrinha.
 Emplacaria minha bicicleta em Jorge e de lá mandaria cartões postais que é coisa que ninguém mais manda e assim todos os que conheço também conheceriam Jorge; sua praça com chafariz, sua igreja matriz, sua zona.
Jorge poderia ficar na Turquia, no Piauí ou na Escócia, mas eu gostaria mesmo que ficasse em Minas, num vão da Serra do Cipó passando um pouquim de Conceição do Mato Dentro, quase chegando no Serro.
Jorge seria minha cidade adotiva, meu refúgio, minha Pasárgada. E quando no verão, todos fossem para a praia, eu iria para Jorge para reclamar do calor e beber cachaça de litro.
Mas não tem nenhuma Jorge e já impaciente, aquela parte de mim menos dada a viagens imaginárias, logo me cutuca e para encerrar o assunto diz lá dentro de minha preguiçosa consciência:_ Jorge não tem, tem Claudio, pode ser?


Nenhum comentário:

Postar um comentário