segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Reforma política: financiamento público de campanha

Até mesmo na direita não fisiológica, há quem apóie o financiamento público de campanha. Pelo menos é isso que transparece das falas de alguns líderes no Congresso. Pode ser apenas jogo de cena, afinal são os políticos mais prestigiados e influentes, os maiores beneficiários das vultosas contribuições de empreiteiras, bancos e multinacionais. 
Com jogo de cena ou não, a proposta vem ganhando força na sociedade. Os defensores das doações de empresas para as campanhas milionárias dos candidatos, estão na encolha. A linha de frente da grana farta está representada pelo Pastor Everaldo e pelo Ministro Gilmar Mendes. Tirante os dois estranhíssimos personagens, não tenho ouvido ninguém que venha a público abertamente defender a tese de que é normal empresas investirem em candidatos.
Acho que o financiamento público de campanha deveria ser a proposta a ser abraçada pela sociedade organizada de maneira clara e exclusiva. Se a reforma política é a mãe de todas as reformas, como dizem alguns políticos, o financiamento público de campanha é a avó. Mas de que financiamento estamos falando?
 Acostumados aos gastos milionários vindos do bolso interesseiro das empresas, nossos políticos certamente vão querer, caso a proposta prospere, sangrar os cofres públicos da maneira mais descarada, portanto há que se falar em cifras antes mesmo de iniciar-se a discussão de sua aplicabilidade.
O aspecto mais importante do financiamento público para campanhas políticas, é a equiparação entre os postulantes aos cargos eletivos. Daí, não podemos aceitar que os maiores partidos e seus proprietários criem critérios, tais como tamanho da bancada ou número de filiados, para definir o montante que cada um fará jus. Se é público tem de ser igualitário.  
O financiamento público de campanha, justo e igualitário. pode ser um divisor de águas quanto a forma de se fazer política no país. Quanto ao conteúdo é outra conversa.


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