sexta-feira, 3 de outubro de 2014

BBC



A BBC é uma referência quando se trata de informação.
A forma como é administrada a BBC, deveria servir de modelo para nossa TV pública.
A BBC é isenta em suas reportagens.
A BBC é foda.
Como eu posso garantir essas afirmações? Pois é, não posso. Talvez eu tenha escutado isso de gente que respeito, por isso as tinha como verídicas e irrefutáveis.
Acontece que eu nunca tinha escutado a BBC e se tivesse não teria entendido nada, pois não falo inglês. Havia, sim, assistido uns bons documentários produzidos pela BBC e também alguns bons programas. E só.
Agora, recebo diariamente pelo facebook dois informativos daquela rede de comunicação. O da BBC Brasil e o da BBC Mundo.
E o que encontrei nesses boletins? Pouca coisa relevante. Parece que o redator do Fantástico faz bico na BBC.
Ontem, num desses boletins, li uma reportagem sobre uma senhora carioca que aos 50 anos trocou o carro por uma bicicleta elétrica. Na verdade não trocou. Deixou na garagem o bólido e vai na magrela turbinada para o trabalho quando não está chovendo. A reportagem é longa e vem acompanhada do depoimento da senhora em questão. Os problemas da mobilidade urbana me interessam, mas não a vida alheia. A abordagem parecia mesmo coisa do Fantástico.
Outro informe, também publicado ontem e intitulado  “ Contratar pessoas inteligentes pode ser mau negócio, diz especialista”, me cativou. Claro, não podia ser simplesmente uma apologia à burrice, ali devia ter coisa. Mas não tinha. Era apologia à burrice mesmo. O autor do texto, que é professor de estratégia e liderança, publicou 16 livros sobre essas e outras enganações.Não há uma só linha de crítica sobre o que diz o professor. É para engolir assim mesmo.
Mas se a BBC Brasil ignora o ebola, o estado islâmico, a crise ucraniana e outros temas, o mesmo não se pode dizer da BBC Mundo que, em sua edição em castelhano,  trás uma análise das eleições brasileiras. O título da matéria é, no mínimo, instigante: Por qué en Brasil no hay derecha?
BBC mundo através de seu correspondente e de depoimentos de cientistas sociais brasileiros chegou a conclusão que aqui não temos direita. Pelo menos não a direita representada por um partido que assim se defina. Mas fica por aí. A análise tem a profundidade de um pires. A percepção que muitos de nós temos de que há direita demais no Brasil, não encontra eco na reportagem da BBC.

Fiquei com a impressão que o Mark Ruffalo deve ter lido essa reportagem antes de apoiar Marina.

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