A BBC é uma referência quando se trata de informação.
A forma como é administrada a BBC, deveria servir de modelo
para nossa TV pública.
A BBC é isenta em suas reportagens.
A BBC é foda.
Como eu posso garantir essas afirmações? Pois é, não posso. Talvez
eu tenha escutado isso de gente que respeito, por isso as tinha como verídicas
e irrefutáveis.
Acontece que eu nunca tinha escutado a BBC e se tivesse não
teria entendido nada, pois não falo inglês. Havia, sim, assistido uns bons
documentários produzidos pela BBC e também alguns bons programas. E só.
Agora, recebo diariamente pelo facebook dois informativos
daquela rede de comunicação. O da BBC Brasil e o da BBC Mundo.
E o que encontrei nesses boletins? Pouca coisa relevante. Parece
que o redator do Fantástico faz bico na BBC.
Ontem, num desses boletins, li uma reportagem sobre uma
senhora carioca que aos 50 anos trocou o carro por uma bicicleta elétrica. Na
verdade não trocou. Deixou na garagem o bólido e vai na magrela turbinada para
o trabalho quando não está chovendo. A reportagem é longa e vem acompanhada do
depoimento da senhora em questão. Os problemas da mobilidade urbana me
interessam, mas não a vida alheia. A abordagem parecia mesmo coisa do Fantástico.
Outro informe, também publicado ontem e intitulado “ Contratar pessoas inteligentes pode ser mau
negócio, diz especialista”, me cativou. Claro, não podia ser simplesmente uma
apologia à burrice, ali devia ter coisa. Mas não tinha. Era apologia à burrice
mesmo. O autor do texto, que é professor de estratégia e liderança, publicou 16
livros sobre essas e outras enganações.Não há uma só linha de crítica sobre o que diz o professor. É para engolir assim mesmo.
Mas se a BBC Brasil ignora o ebola, o estado islâmico, a
crise ucraniana e outros temas, o mesmo não se pode dizer da BBC Mundo que, em
sua edição em castelhano, trás uma
análise das eleições brasileiras. O título da matéria é, no mínimo, instigante:
Por qué en Brasil no hay derecha?
BBC mundo através de seu correspondente e de depoimentos de
cientistas sociais brasileiros chegou a conclusão que aqui não temos direita. Pelo
menos não a direita representada por um partido que assim se defina. Mas fica
por aí. A análise tem a profundidade de um pires. A percepção que muitos de nós
temos de que há direita demais no Brasil, não encontra eco na reportagem da
BBC.
Fiquei com a impressão que o Mark Ruffalo deve ter lido essa
reportagem antes de apoiar Marina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário