quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Roubalheira e golpe



Em muitos aspectos o caso da roubalheira na Petrobrás repete o mensalão. A imprensa de direita filtra notícias e depoimentos sobre o caso, a imprensa ligada ao governo ignora os fatos e tenta fazer crer que tudo não passa de um complô da imprensa de direita e dos interessados em destruir a Petrobrás.
Ora, qualquer um sabe (ou deveria saber) que nossos jornalões e as redes de TV e rádio tem interesses escusos a defender e o fazem manipulando as informações de modo a tornar o governo atual odioso para a população. Mas como fazem isso? Inventando escândalos? Forjando confissões de corruptos? Não. A imprensa de direita não precisa se esforçar tanto. Os fatos estão aí, basta colhê-los e filtrá-los segundo as conveniências.
Mas, há complô? Claro que há. A simples menção de impeachment já é sintoma de complô, de tentativa de golpe. Não há o que estranhar. Temos uma imprensa monopolista e oligárquica, temos uma oposição de direita que pode dar lições de roubalheira aos neófitos petistas, temos um partido no poder incapaz de fazer autocrítica e expurgar os quadros envolvidos em corrupção. O que há para estranhar?
Tal como no caso do mensalão os petistas menos críticos apelam para recursos que antes só eram usados por advogados. Falam sobre a ilegalidade de grampos ou da violação do direito de algum figurão detido pela Polícia Federal. Falar da inocência dos caras já seria demasiado e os petistas estão escaldados. Ficam nas chicanas dos rábulas e tentam desacreditar o poder judiciário e o depoimento de envolvidos quando estes apontam figuras do PT como beneficiários do esquema corrupto.
Todos sabem (ou deveriam saber) que o judiciário brasileiro não é nenhuma flor de isenção. Julga quem lhe apetece julgar e arquiva o que lhe mandam arquivar. Mas o judiciário arranca confissões sob tortura? Nega o direito de defesa? Não. As confissões, tanto no caso do mensalão como agora, no escândalo da Petrobrás, são feitas de livre e espontânea vontade por membros das quadrilhas na esperança de reduções de pena e outros benefícios.
Muitos petistas continuam surpresos com a parcialidade do judiciário (que só julga o que quer) e pela coloração partidária (sempre tendendo para o marrom) da imprensa. O que deveria causar espanto, perplexidade e revolta é como muitos quadros do PT se deixaram levar pelas facilidades de financiar-se e financiar o partido a custa do dinheiro público, pois para cada propina milionária há um superfaturamentto.

Desde sua criação a Petrobrás tem sido alvo do ódio daqueles que gostariam de doá-la ao capital estrangeiro. Vários esforços foram feitos em diversas gestões para destruí-la, mas nunca foi tão fácil desmoralizar a empresa como agora. Nem em sonhos os inimigos da Petrobrás poderiam imaginar um cenário tão propício ao discurso privatista. 

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