Em muitos aspectos o caso da roubalheira na Petrobrás repete
o mensalão. A imprensa de direita filtra notícias e depoimentos sobre o caso, a
imprensa ligada ao governo ignora os fatos e tenta fazer crer que tudo não passa de
um complô da imprensa de direita e dos interessados em destruir a Petrobrás.
Ora, qualquer um sabe (ou deveria saber) que nossos jornalões
e as redes de TV e rádio tem interesses escusos a defender e o fazem
manipulando as informações de modo a tornar o governo atual odioso para a
população. Mas como fazem isso? Inventando escândalos? Forjando confissões de
corruptos? Não. A imprensa de direita não precisa se esforçar tanto. Os fatos
estão aí, basta colhê-los e filtrá-los segundo as conveniências.
Mas, há complô? Claro que há. A simples menção de impeachment
já é sintoma de complô, de tentativa de golpe. Não há o que estranhar. Temos
uma imprensa monopolista e oligárquica, temos uma oposição de direita que pode
dar lições de roubalheira aos neófitos petistas, temos um partido no poder
incapaz de fazer autocrítica e expurgar os quadros envolvidos em corrupção. O
que há para estranhar?
Tal como no caso do mensalão os petistas menos críticos
apelam para recursos que antes só eram usados por advogados. Falam sobre a
ilegalidade de grampos ou da violação do direito de algum figurão detido pela
Polícia Federal. Falar da inocência dos caras já seria demasiado e os petistas estão
escaldados. Ficam nas chicanas dos rábulas e tentam desacreditar o poder
judiciário e o depoimento de envolvidos quando estes apontam figuras do PT como
beneficiários do esquema corrupto.
Todos sabem (ou deveriam saber) que o judiciário brasileiro
não é nenhuma flor de isenção. Julga quem lhe apetece julgar e arquiva o que
lhe mandam arquivar. Mas o judiciário arranca confissões sob tortura? Nega o
direito de defesa? Não. As confissões, tanto no caso do mensalão como agora, no
escândalo da Petrobrás, são feitas de livre e espontânea vontade por membros
das quadrilhas na esperança de reduções de pena e outros benefícios.
Muitos petistas continuam surpresos com a parcialidade do
judiciário (que só julga o que quer) e pela coloração partidária (sempre tendendo para o
marrom) da imprensa. O que deveria causar espanto, perplexidade e
revolta é como muitos quadros do PT se deixaram levar pelas facilidades de
financiar-se e financiar o partido a custa do dinheiro público, pois para cada propina milionária há um superfaturamentto.
Desde sua criação a Petrobrás tem sido alvo do ódio daqueles que gostariam de doá-la ao capital estrangeiro. Vários esforços foram
feitos em diversas gestões para destruí-la, mas nunca foi tão fácil
desmoralizar a empresa como agora. Nem em sonhos os inimigos da Petrobrás
poderiam imaginar um cenário tão propício ao discurso privatista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário