terça-feira, 31 de março de 2015

Ditadura nunca mais



Pedro Aleixo, que era vice presidente da república na época da publicação do A.I 5, alertou o presidente Costa e Silva para os perigos que aquela lei representava:_ “ Presidente o problema de uma lei assim não é o senhor nem os que com o senhor governam o País; o problema é o guarda da esquina”.
O problema também incluía o general-presidente e os que com ele governavam o País, mas o político mineiro tinha razão em sua preocupação.

Naqueles tempos sombrios quando não havia garantias constitucionais, quando não havia direito à ampla defesa, quando não havia sequer habeas corpus, qualquer um podia ser preso indefinidamente sem processo ou acusação formal. Toda prisão por suspeita de atividade subversiva levava à tortura e muitas vezes à morte do suspeito. Em muitos casos o sujeito desaparecia e pronto. Bastava o guarda da esquina dizer ao delegado ou aos órgãos de segurança que em tal casa havia muito entra e sai, muita “atividade suspeita’  e haveria buscas, prisão, tortura, morte e desaparecimento. Não era necessário estar envolvido com a resistência democrática nem com a guerrilha para que isso acontecesse, bastava o guarda da esquina não ir com a cara de alguém que não patrocinou uma cervejinha ou o tratou com indiferença. 

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