O teatrólogo Dias Gomes contava que certa vez teve de ir à
Brasília para tentar, junto à censura, liberar uns capítulos de uma novela que
escrevia para a Globo e que haviam sido vetados.
O censor entregou-lhes as páginas rabiscadas e carimbadas com
a palavra “censurado”. Dias Gomes as leu e ponderou que nada havia ali para ser
censurado. Era uma cena de amor entre os protagonistas do folhetim. O censor
não se deixou convencer e argumentou que o que estava escrito não era mesmo
censurável, mas sim o que o escritor pensara ao escrever as cenas.
O cara tinha o poder de censurar o pensamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário