A moça você conhece. Era blogueira do Globo e tentava a
carreira de escrotinha profissional. Em seu blog Silvia Pilz esculachou pobres
e negros para deleite do seu público composto pela classe média imbecilizada.
Mas uma coisa Silvia não sabia: para ser escrotinho há que se ter foco, escolher
como possíveis esculachados os mais frágeis econômica, racial e socialmente.
Silvia além de escrotinha é burra e num texto no qual há a pérola “Todo mundo
quer ser branco e ter os olhos claros” ela passou do ponto esperado por seu
público escrotinho e falou de maneira escrota das crianças com síndrome de
Down.
A falta de experiência no universo escrotinho fez com que
Silvia não se desse conta que a síndrome de Down não escolhe classe social nem
raça. Que entre seus leitores e fãs poderia haver pessoas que fossem pais ou
parentes de portadores da síndrome. Foi seu fim. Seu blog já não está sob a
bandeira dos Marinho. Sua trajetória pública como escrotinha foi curta.
Do outro lado da linha há os escrotinhos de larga data.
Há décadas, Luis Carlos Prates milita do ramo da escrotidão.
Ele é um precursor, um baluarte desse modo de ser, mas estava confinado aos
canais de TV e jornais de Santa Catarina e seu destino era ser um escrotinho de
província como tantos outros. Isso antes do fenômeno da Internet e das redes
sociais.
Com o advento desse meio de comunicação Prates ganhou o
Brasil e pode ser visto em dezenas de vídeos no Youtube. Sua capacidade
ilimitada de dizer estupidezes vem ganhando admiradores. O alvo preferencial de
seus mais iracundos comentários são os pobres e qualquer pessoa que não admire
a ditadura. Esses últimos merecem dele a expressão “esquerdistas pútridos”.
Para aqueles ele exige que não procriem.
Num comentário recente, Prates, que se diz psicólogo de
formação, resolveu atacar os depressivos. Chamou-os de covardes existenciais e
disse que devem ser execrados e desprezados. Acho que dessa vez Prates forçou a
mão. Não creio que seja o fim de sua carreira como escroto televisivo, mas
certamente perderá alguns seguidores entre os escrotinhos mais sensíveis.
Se Silvia Pilz fazia o gênero escrotinha cínica pós
politicamente correto e Prates o escroto sargentão histriônico, Cláudio Tognolli
prefere o tipo escrotinho liberal politizado. Seu campo de ação é vasto e seu
público está em ebulição.
Tognolli é co-autor da biografia de Lobão (quer coisa mais
escrota?) e adora dar furos e notícias bombásticas no seu blog hospedado no
Yahoo. Como bom escrotinho que é, tem mania de conspirações e ações secretas que
o resto de nós ignora e seus fiéis leitores compartilham aos montes pelas redes
sociais.
Assim como Silvia, Prates e demais escrotinhos, Tognolli
adora escrachar pobres. Para os beneficiários do Bolsa Família e eleitores do
PT ele cunhou a expressão “raspa-pratos”. Ele sabe que para ser escrotinho nos
dias de hoje há que se mostrar ódio pelos miseráveis e pelos que, vindos da
pobreza, ascendem socialmente.
Nas manifestações de rua, jornais, TVs e redes sociais os
escrotinhos são os que mais se destacam e a cada dia somam mais adeptos. Ser
escrotinho está na moda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário