sexta-feira, 10 de abril de 2015

Ratos e homens



Foi Steinbech, mas poderia ter sido Dona Florinda a citada no título, pois o que vimos quinta-feira na Câmara Federal foi coisa de gentalha. Refiro-me ao pau mandado que soltou roedores no plenário da CPI da Petrobrás.Pois não há dúvida de que aquilo foi coisa encomendada.
Os mandantes (essa gentalha que se passa por elite) guardam-se para perpetrar outras infâmias e terceirizam a baixaria para continuarem posando de defensores da moral, da ética e da honestidade.
 Funcionário não concursado da 2ª vice-presidência da Câmara e ex-funcionário do gabinete de Paulinho da Força, aquela figura impoluta, Márcio Martins de Oliveira, o sujeito que soltou os roedores, foi sumariamente demitido logo após o incidente. Haverá quem acredite que o homem trocou seu emprego bem remunerado pelo dever de mostrar sua indignação com os malfeitos na Petrobrás. Muitos também vão crer que ele ficará desempregado e não será logo-logo remanejado para algum escritório político.
Mas deixemos os ratos a vamos aos homens.
 Na seção da CPI da Petrobrás de quinta-feira teve coisa muito pior que a baixaria promovida por Márcio Martins de Oliveira: o Brasil tomou conhecimento da existência do Delegado Waldir e de sua demência.
Olhos rútilos, veias saltadas e espumando pela boca, o deputado do PSDB de Goiás protagonizou uma das cenas mais patéticas dos últimos tempos. Gritou, deu murros na mesa, ofendeu e inventou números tal qual uma edição comemorativa da Veja. Ultrapassou seu tempo com a complacência do presidente (também pau mandado) da comissão para dizer asneiras e fazer perguntas imbecis ao depoente sem nada contribuir para a elucidação da roubalheira na estatal petrolífera. Por uns minutos, o circo dos palhaços habitués de CPIs (Carlos Sampaio, Onyx Lorenzoni , Darcísio Perondi) virou o hospício do Waldir.

Mas o povo de Goiás acertou quando o mandou esse óbvio psicopata para Brasília: é melhor que ele esteja no Congresso ao lado de picaretas e achacadores que comandando uma delegacia. O sujeito é perigoso.

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