terça-feira, 11 de agosto de 2015

FHC



Conta-se que Getúlio Vargas dizia que um grande negócio era comprar os Melo Franco pelo que valiam e revendê-los pelo que eles pensavam que valiam. Antes de ouvir essa versão da anedota eu conheci outra em que a ilustre família mineira era substituída pelos argentinos em geral. Ambas me parecem engraçadas, ainda que nada saiba sobre os Melo Franco que os desabone, mas Seu Gegê devia ter lá suas razões.
No Brasil atual a historinha poderia ser usada para muitos. O Marco Feliciano, por exemplo. Faz uns dias eu o ouvi dizer que era um homem de “intelecto apurado’. É assim que ele se vê: como um homem de “intelecto apurado”. O sujeito é tão sem noção que perde a graça metê-lo na anedota. Com quase todos os políticos brasileiros daria o mesmo. Nossos representantes e governantes servem mais para comédia pastelão do que para anedotas de salão.
Mas o Fernando Henrique Cardoso bem que poderia substituir os argentinos e os Melo Franco na anedota. Sua vaidade intelectual é conhecida e por ele mesmo admitida. Claro que um sujeito semi-alfabetizado como eu não tem como mensurar se a tal vaidade se justifica ou não, mas valho-me de João Ubaldo Ribeiro que lecionou sociologia e afirmava que a contribuição de FHC para a área é nula.
Mas mesmo não sendo o gênio da raça que pensa ser Fernando Henrique não é burro. Longe disso.
Na semana passada ele declarou que a presidenta Dilma é pessoa honrada e nada tem a ver com corrupção. É uma declaração que roça o óbvio, mas nesses dias interessantes que vivemos torna-se importante. Só os relinchantes eleitores de Bolsonaro, os abestalhados fãs do Lobão e os analfabetos políticos ouvintes da Sheherazade insistem em involucrar a presidenta na roubalheira da Petrobrás. Para essa gente os meios de comunicação hegemônicos servem a alfafa diária das insinuações.
Depois de publicada a declaração do ex-presidente, batedores de panelas e golpistas em geral começaram a atacá-lo. Chamam-no de traidor. Mas traidor de quê? Do golpe que se pretender dar? Da estupidez galopante?
Desde a eleição de Lula, Fernando Henrique Cardoso tem protagonizado momentos de extrema mesquinhez política. Talvez movido pela vaidade, pelo ego ferido ao ver o ex-operário ganhar o respeito mundial e o carinho do povo, mas não contem com ele para dar tiro no pé.
É bem verdade que o alvo de FHC é Lula e não Dilma. Ele sabe que é hora de pensar em 2018 e o golpismo, tendo à frente Cunha, Aécio e uma porção de mentecaptos que se articulam através das redes sociais, faz água. Até mesmo a Globo já abandonou o navio com direito a editorial e tudo.
Fernando Henrique Cardoso se valoriza.


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