Os cartazes afixados nas ruas de Niterói, os
justiceiros bombados que, sob o olhar complacente da polícia, invadiram ônibus
para caçar jovens dos subúrbios, a PM carioca pondo em prática o apartheid
social tão grato à classe média da zona sul, a agressão a João Pedro Stedile,
os justiçamentos e, é claro, as manifestações nas redes sociais contra pobres, índios,
negros, gays e favelados não deixam dúvidas: estamos imersos no mais espesso
fascismo. Não é um ataque de conservadorismo puro e simples. É fascismo mesmo.
Não é só um grupo isolado nem apenas a oposição golpista que trabalha para que
isso se dê; é toda a sociedade ou, pelo menos, a maioria de nossos concidadãos.
Poderia chamar de inocentes
úteis os que aderem a esse chamado ao ódio por pura ignorância ou medo, mas não
posso chamar de inocente quem marcha ao lado de Bolsonaro, Caiado, Malafaia e
Feliciano. Não posso nomear como ingênuo alguém que finge uma enorme repugnância pela corrupção,
mas bota falsos dependentes na declaração de imposto de renda. Posso sim chamar
de burro e isso faço. São os burros, os néscios, os cretinos os que agrediram
Stedile. São massa de manobra do latifúndio e nem sequer têm um quintal de
terra.
Posso e vou chamar de estúpidos
os que vão atrás do trio elétrico do pastor homofóbico defender a família
brasileira. Defender contra o quê? Ora, contra o casamento, as saias e o cu dos
outros.
Permito-me chamar de boçais os
que apoiam a polícia nos assassinatos nas favelas, o genocídio dos índios, os
espancamentos de travestis. Quem, sorridente, tira selfies com a tropa de
choque nas manifestações. Nomeio, porque quero, de cúmplices os que se dizem
chocados com os arrastões nas praias do Rio e silenciam sobre a chacina de 19
pessoas na periferia de São Paulo.
Vou tratar por hipócritas os que
condenam o bolsa família e não abem mão da carteirinha de estudante. E nem são
estudantes!
Alcunho de trogloditas os que
nada sentem pela morte de mais um menino pobre pelas patas dos defensores de
seus privilégios.
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