sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Minha palavra





Não quero minha palavra fora de mim
Quero-a dentro, encharcada
Criando bolor e hera. Musgo e mofo
E que ninguém ouse chamar 
de angústia tédio, rebeldia
ou qualquer outra abstração
minha palavra encharcada
Minha palavra não tem nomes, não nomeia nem define
Minha palavra definha
É morna é crua minha palavra e cheia de brotos podres
Minha palavra que recusa nomes é horrenda e marrom
Viscosa
Minha palavra me sufoca com sua ânsia de vir à tona
de transbordar, de livrar-se de mim







Nenhum comentário:

Postar um comentário