O anjo do Drummond era torto
O do Chico, safado
O da Adélia, esbelto
Mas o meu... Ah! meu pobre anjo
bêbado
Naquele 3 de agosto curtia uma
ressaca, acordou tarde
e nem deu as caras
Quando apareceu, muitos dias
depois,
eu já tinha nome civil
Veio com as asas dobradas
debaixo do surrado paletó
de funcionário público municipal
Balbuciou umas desculpas. Tinha
olheiras, estava sem graça
Deixou um raminho de flores
baldias e murchas
e se foi. Esqueceu-se dos
vaticínios.
Nunca mais o vi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário