terça-feira, 6 de outubro de 2015

Quando eu nasci...



O anjo do Drummond era torto
O do Chico, safado
O da Adélia, esbelto
Mas o meu... Ah! meu pobre anjo bêbado
Naquele 3 de agosto curtia uma ressaca, acordou tarde
e nem deu as caras
Quando apareceu, muitos dias depois,
eu já tinha nome civil
Veio com as asas dobradas debaixo do surrado paletó
de funcionário público municipal
Balbuciou umas desculpas. Tinha olheiras, estava sem graça
Deixou um raminho de flores baldias e murchas
e se foi. Esqueceu-se dos vaticínios.

Nunca mais o vi.





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