segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Guerra nas estrelas: B





            Eu subscrevo a revista Bula, uma página virtual feita, creio, por médicos. Às vezes aparece uma matéria legal, um texto de ficção interessante, algo de poesia. Também é comum na revista aparecerem listinhas: os dez melhores livros, os doze melhores poemas, os livros mais citados que quase ninguém leu, etc. Num dia desses apareceu a lista das cem melhores canções brasileiras de todos os tempos. Assim como você, eu não dou bola para listinhas e assim como você, eu leio todas.
            Acho que essas listinha são um truque para atrair pessoas como você e eu. São milhares de visualizações e muitos comentários. Sempre tem alguém questionando os critérios de escolha ou sugerindo a inclusão de alguma preferência sua. Dessa listinha de que falo surgiu o comentário de uma moça que, inconformada com a falta de uma canção de seu grupo favorito, arguia:_"O Legião urbana existe, hein!?!?. Na cabeça da moça uma melodia do Legião urbana deveria competir com as de Pixinguinha ou de Tom Jobim. Uma letra do Renato Russo ombrearia com outra de Chico Buarque, Aldir Blanc ou Caetano Veloso. Você poderia alegar em favor da moça com problemas auditivos que tudo é uma questão de gosto, mas não é; é uma questão de estética.
            Mas se falta senso estético à moça que comentava na revista Bula, o que dizer de milhões (talvez bilhões) de pessoas que fazem fila para assistir Guerra nas estrelas? O dizer de alguém que se senta na sala escura ao lado de outros ridiculamente fantasiados e de espadinha em punho?
Como que um adulto pode querer passar por isso?
             Eu, devo confessar, não assisti a "saga" Guerra nas estrelas. Vi, isto sim, alguns minutos do primeiro filme realizado nos anos 80.e não foram necessários mais que alguns minutos para eu ter a certeza que se tratava de uma produção Classe B. Enredo, caracterizações, interpretações e o penteado da personagem principal não deixavam dúvidas: B.  Até o robô do Perdidos no espaço era melhor do que o robô magricela do filme de George Lucas.
            Guerra na estrelas estará, daqui alguns anos, na lista das dez mais vistas produções de segunda categoria da história do cinema.
         
         

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