quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Papai Noel





            Acho que acabei entendendo esse negócio de Papai Noel. O velho lapão que veio para premiar os bons e negar presentes aos insubordinados, preguiçosos e incompetentes caiu como uma luva nas comemorações da festa cristã. É uma espécie de contrapeso para a mensagem de amor incondicional que a data pode gerar nos corações e mentes obliterados pela sidra e pelo arroz com passas. Papai Noel existe para que o Natal não fique, como diria o pensador Alexandre Frota, muito viadinho. Ele é uma espécie de polícia do bom comportamento, um juiz da temperança que só pode ser quebrada depois dos presentes já embalados e sob a árvore. Papai Noel é a ordem no caos natalino das comilanças, músicas chatas e luzinhas vomitivas.
            O problema com Papai Noel é que  os adultos incentivam as crianças a acreditarem no mito para depois destruí-lo implacavelmente. A saída do mundo infantil, no caso da crença em Papai Noel, dá-se em precoce idade, poucos anos após a retirada das fraudas e da chupeta. Mais ou menos na época de ganhar smathphone. Se um garoto chega aos 9, 10 anos acreditando no bom velhinho a família vai pensar que está diante de um idiota patológico e incorrigível. Certamente o retardado será levado a um psicólogo e se continuar muito excitadinho à espera da visita do velho barbudo vai entrar no Rivotril pra largar de ser besta. Feliz Natal.





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