quarta-feira, 3 de maio de 2017

A feiticeira.





            Viajei na maionese. (Será que alguém ainda fala isso?). Quando soube da condecoração de Luciano Huck pelas forças armadas me pus a pensar o que teria motivado nossos generais, brigadeiros e almirantes a concederem a honraria ao apresentador de TV. Que serviços teria prestado Luciano  à pátria? Seria o programa que dá coisas para pessoas despossuídas? Seria sua posição política favorável ao golpe? Acho que não. Luciano foi agraciado com a medalha do mérito militar por suas criações artísticas e culturais. Sim, afinal foi ele que introduziu no imaginário dos anos 90 as figuras da Tiazinha e da Feiticeira e a cultura brasileira nunca mais foi a mesma.
            Mas minha viagem à maionese mesmo foi quando, tangido pela curiosidade e algo mais, fui visitar as fotos das musas. Descobri que a moça que personificava a Tiazinha teve umas questões mal resolvidas com a personagem, mas depois se reconciliou com o passado e que a Feiticeira virou evangélica.
            No meio das fotos em que se vê a Feiticeira do Huck mostrando a exuberância de sua bunda que agora é uma bunda de Cristo, há também várias imagens de Elizabeth Montgomery, a feiticeira da série de TV dos anos 60. Nunca me canso de ver aquele rostinho. Montgomery me parece linda, encantadora, apaixonante.
            Uma das notícias associadas a ela nos conta que cogita-se a volta do seriado. Não o original, mas sim uma nova montagem. Claro, o espírito do seriado talvez não mais se coadune com os dias de hoje.Não nos esqueçamos que o marido de Samantha não consentia que ela usasse de feitiçaria para ajudá-lo nos negócios de publicidade da agência Lary e Tate. E ela.que como boa dona de casa americana daqueles anos, não trabalhava fora, fazia seu trabalho doméstico como qualquer mortal. Só às vezes usava de seus poderes para dar uma arrumadinha quando algo saia do controle.
            Será que o marido de Samantha com seus pruridos seria aceito pelo público de hoje? Creio que não. Vivemos tempos líquidos. Líquidos e sem vergonhas.




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