terça-feira, 13 de março de 2018

Meu primeiro "selfie"







            Há quem pense que fora da temporada de verão não passe nada na Garopaba. Comigo passa. Se não, mire e veja.
            Hoje foi um desses dias que não se decidem: uma hora o sol parecia que ia se impor e poucos minutos depois o céu se cobria de nuvens que , se não ameaçavam chuva grossa, faziam supor alguma garoa, algum chuvisco. E eu, que só gosto de praia quando tem sol de arrebentar mamona, resolvi dar umas voltas na praia central. Praticamente não havia praia. A maré alta levou as ondas até os muros e paliçadas das casas dos ricos que ficam à beira mar. Isso vem acontecendo de uns anos para cá, mas não se preocupe pela propriedade dos burgueses, pois a prefeitura e empresas privada já colocaram toneladas de areia extraída das dunas do Siriú (reserva ecológica da Serra do Tabuleiro) para proteger das ondas bravias as residências desses homens de bens.
            Mas lá ia eu na minha caminhada quando um sujeito me parou educadamente e pediu um minutinho de minha atenção. Por um momento eu julguei tratar-se de um crente de sunga. Eu nunca  não sou agressivo com os crentes, apenas digo que sou ateu e deixo que eles sejam agressivos comigo ou me olhem com aquele olhar de espantar Satanás. Não era um crente de sunga, mas apenas um cara que queria tirar uma foto minha. Disse ele, que eu me parecia com um personagem de um filme ou de uma série (não sei bem) que era um náufrago. Fez questão de procurar no seu "smartphone" uma foto do tal personagem. Não vi nenhuma semelhança além da barba. O carta do filme é branco e bem mais jovem. Assenti em tirar a foto e comprazer o sujeito. Me afastei uns metros para o clic, mas ele queria uma foto de nós juntos e pediu que eu tirasse os óculos. Abracei-o pelo ombro e, depois de uma tentativa frustrada, tiramos a foto. Foi meu primeiro selfie e do primeiro selfie ninguém esquece.





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